quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Como e a partir de quando devo impor limites para meu filho?

“Para que o filho entenda até onde pode ir e o que lhe é permitido fazer, é importante que os pais sejam constantes, firmes e até previsíveis", explica psicóloga

Em restaurantes, escolas, festas, locais públicos e rodas de conversa em geral, uma das principais reclamações dos adultos atualmente é a falta de limites das crianças. Para não ser alvo desse tipo de comentário, muitas mães já se preocupam com isso quando seus filhos ainda são bebês. É nobre, mas um pouco cedo para começar.
“No início da vida, o bebê é totalmente dependente da mãe ou de seu cuidador principal. Mas, gradativamente, as crianças adquirem capacidade para tolerar frustrações e compreender os sinais emitidos pelos pais. Os limites podem começar a ser impostos aí, quando o filho ainda é pequeno”, explica a psicóloga clínica Aline Groff Vivian, doutora em psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e professora do curso de Psicologia e Medicina da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra).
A receita é tão simples quanto temida por alguns adultos: falar o velho e bom “não” quando um pedido não puder ser atendido ou a criança faltar com a educação.
“Para que o filho entenda até onde pode ir e o que lhe é permitido fazer, é importante que os pais sejam constantes, firmes e até previsíveis. Ou seja, é fundamental que ele reconheça o que se espera dele e também que os pais consigam dizer ‘não’, de forma a proteger a criança”, afirma Aline.
Fonte:  Raquel Paulino - especial para o iG São Paulo

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Viver e Conviver em Grupo


A família tem mudado muito nas últimas décadas não apenas em sua configuração mas também, e principalmente, em seu estilo de viver. É preciso reconhecer que o individualismo do nosso tempo influencia decisivamente essas mudanças, e nem sempre os pais percebem os efeitos dessa atitude em seu próprio comportamento educativo. O fato é que eles têm contribuído para que os filhos permaneçam cada vez mais centrados em si, já que a família encontra dificuldades para se tratar como grupo: o pronome nós parece ter perdido força.
Outro dia assisti a uma cena em um filme que considerei um belo exemplo. Um garoto de uns sete anos roubara um salame de uma padaria. Quando o pai chegou em casa e foi alertado pela mãe do ocorrido, obrigou o filho a devolver o alimento. Só depois o pai perguntou o motivo de sua atitude e obteve como resposta a preocupação de não ter o que comer. A frase do pai nesse momento é maravilhosa: "Seja qual for a situação, nós não roubamos". Essa frase guarda grandes lições.
A primeira: a família é um grupo que tem tradições, e todos os seus integrantes devem respeitá-las. É isso que permite que a família continue sendo um grupo de pertencimento. As lições passadas pelos pais aos filhos ensinam que eles têm responsabilidades por serem representantes desse grupo.
A segunda: estamos sempre associados a outras pessoas, seja de modo livre ou não. Por isso, ao tratar qualquer questão, é preciso considerar os que fazem parte desse grupo e não apenas os próprios interesses. No caso da família, tal associação não ocorre livremente: os filhos estão ligados aos pais sem escolha. Mesmo assim, fazem parte desse grupo e devem aprender a honrar essa relação. Os pais, entretanto, têm colaborado pouco para que os filhos vejam que a família é um grupo. É mais fácil a criança se perceber como centro de uma reunião de pessoas, e é desse modo que fica estagnada na relação egocêntrica com a vida.
Na escola também tem sido difícil oferecer oportunidades para que possa florescer a relação dos mais novos com o coletivo e com a criação do bem comum. Afinal, nesse ambiente o aluno poderia aprender a integrar os outros em sua vida e a se ver como membro de um coletivo.Não podemos deixar de reconhecer que há intenção nesse sentido: os trabalhos em grupo, por exemplo, são cada vez mais freqüentes. Mas os alunos precisam aprender a agir como integrantes de grupo na realização das tarefas, e isso pode significar se contrariar pelo bem do grupo, o que não é fácil.

Na juventude, eles buscam se agregar com mais solidez a grupos, mas como estão só com pares, acabam como cegos conduzidos por cegos na difícil aprendizagem de escapar do domínio dos outros sem deixar de estar associado a eles.
Fonte: Rosely Sayão

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Adolescência & Maturidade



O relacionamento dos pais com os filhos adolescentes não tem sido fácil. Além da fase complexa pela qual os jovens passam e que os leva a agir de modo diferente do que seus pais estavam acostumados -e que deixa os adultos um pouco perplexos e sem ação-, a situação está ainda mais difícil por causa de nossa cultura em relação à juventude.

Ser jovem deixou de ser uma etapa da vida para se transformar em um estilo de viver. Isso significa que, quando a criança entra na adolescência, ela passa a se relacionar com adultos iguais a ela, ou seja, tão jovens quanto ela. Na questão educativa, esse é um fato complicador. A adolescência é o tempo de amadurecer, mas, se os pais não ajudarem o filho a entrar na maturidade, ele continuará a agir de modo infantilizado.

Todos conhecem jovens que estudam e... só. No restante do tempo da vida, eles consomem, frequentam festas, namoram e desfrutam da sexualidade, jogam, ficam na internet. Em resumo: eles estudam sob uma enorme pressão de êxito não apenas por parte da família como de toda a sociedade e permanecem prisioneiros de seus caprichos impulsivos.

Para muitos, esse é o momento de buscar desafios para evitar o tédio que se instala nesse tipo de vida. Alguns encontram as drogas, outros desafiam a morte por meio de, por exemplo, esportes radicais, outros se dedicam exaustivamente ao culto do corpo perfeito e muitos outros ficam doentes.O índice de suicídio entre jovens tem crescido no mundo todo, inclusive no Brasil. Aqui, tem aumentado a taxa que envolve a população entre 15 e 29 anos de idade.

Isso significa que eles precisam muito dos pais nesse momento da vida. E o que seus pais podem fazer?

Em primeiro lugar, podem bancar o lugar de adultos perante o filho adolescente, não esmorecer nem tampouco desistir, por mais árdua que a tarefa educativa pareça.É preciso lembrar que pode ser difícil, mas impossível não é, como tenho ouvido muitos pais declararem.

O filho precisa da ajuda dos pais, por exemplo, para aprender a retardar e mesmo suspender o prazer que busca, para saber dividir seu tempo entre várias atividades e obrigações, para se abrir para as outras pessoas e buscar modos de viver bem com elas. Precisa de auxílio também para colaborar com o grupo familiar e para dar conta de várias outras responsabilidades consigo mesmo e com os outros, para desenvolver virtudes e para, sempre que conjugar o verbo "querer", aliar a ele outros dois: o "dever" e o "poder".

Para tanto, os pais precisam aprender a ceder algumas vezes e a ouvir o que seu filho diz -seja por meio de palavras, seja por atitudes. Ouvir não significa atender, mas considerar a dialogar e a negociar. E essa talvez seja a palavra chave do relacionamento entre pais e filhos dessa faixa etária.

Negociar conflitos e demandas com o filho é uma maneira de os pais o ajudarem a perceber que ele pertence a um grupo que segue alguns valores e princípios que são inegociáveis, mas que, ao mesmo tempo, reconhecem o crescimento do filho e, por isso, valorizam sua busca de autonomia. Mas essa negociação deve priorizar a exigência do desenvolvimento de sua maturidade.

A responsabilidade dos pais é grande nesse momento da vida do filho e não apenas com a família e com ele próprio. Afinal, são esses jovens adolescentes que serão os responsáveis por nosso futuro bem próximo.


Fonte: Folha Equilibrio - Rosely Sayão

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

3 Dicas de Estudos

Passo 1 - Organização – a palavra-chave
O primeiro passo para os aflitos pais de alunos é conhecer o calendário escolar.
A maioria das escolas de primeiro e segundo graus distribui, no início do semestre, o calendário escolar. Nesse calendário, aparecem os dias úteis de aulas, mês a mês, as datas de exercícios, provas e simulados, atividades extracurriculares, etc.
Conhecer esse calendário de cor (cole na porta da geladeira ou do armário) e se programar para essas atividades escolares são, sem dúvida, o primeiro passo.
Algumas escolas classificam as provas como P1, P2, P3 em que a P1 vale nota dois, a P2, nota quatro e a P3, nota quatro (o que dá dez no total). Não subestime a prova P1, por exemplo. Como o volume de matérias para essa prova específica ainda é pequeno, o ideal é tirar a nota máxima e acumular esses pontos logo de cara. Na altura da prova seguinte, é só retomar o que já foi estudado.
Dessa maneira, os temas e as matérias não ficam acumulados para serem todos estudados ao mesmo tempo, quando já se aponta para o final do semestre.

Passo 2 – Manter o foco
O segundo passo, nessa caminhada, é manter o foco. Se o aluno foi mal no início do semestre e precisa tirar notas altas para não ficar em recuperação, ou perder o ano, não vai adiantar muito os pais se desesperarem e querer que o filho estude todas as matérias ao mesmo tempo. Não tem caminho fácil não.
Nesse caso, o melhor a fazer é manter o foco e dividir o tempo de estudo pelas matérias que necessitam de melhores notas. Se o problema do aluno é matemática, física, português e inglês de nada vai adiantar querer que ele estude todas as matérias ao mesmo tempo. Comprovadamente, isso não funciona.
Um passo de cada vez: escolha as matérias a serem estudadas de acordo com o grau de necessidade\dificuldade em termos de notas finais. Se o caso mais grave é matemática, estabeleça em conjunto com o estudante, um calendário de estudos, de acordo com o tempo livre. Estudar matemática, uma hora por dia, durante seis dias na semana, é mais eficiente do que estudar dez horas antes da prova. Longas horas de estudo acabam tendo efeito contrário em muitos alunos – ele pode se entediar, ficar com sono ou perder o interesse.
Estabelecido o calendário de estudos, procure não alterá-lo e mantenha o foco.
Primeira semana – seis horas de estudo de matemática
Segunda Semana – seis horas de estudo de inglês.
Alterne matéria de exatas com as de humanas. Trace, se possível, uma meta para obter melhores resultados.

3 – Apoio emocional
Um ponto fundamental nessa caminhada é o apoio e suporte dos pais.  Um dos erros mais frequentes nesta seara é tentar barganhar com o filho para obter resultados: retirar o vide-game, o telefone celular, a televisão, a bola de futebol pode, em um primeiro momento, até resolver mas, em médio prazo, o tiro pode sair pela culatra.  Os filhos podem passar a exigir recompensas cada vez que tirar uma nota melhor na prova.
É fundamental sentar em família em um momento de pressão, ou em que o aluno vai mal nas provas, e discutir a importância dos estudos. Demonstrar que a educação é um valor em si e não um tema para barganhas é o melhor caminho.
Todo estudante precisa ter noção de que a educação é o maior bem que os pais podem deixar de herança. O caminho mais fácil, muitas vezes, é a chantagem financeira: “passe no vestibular e eu te dou um carro de presente”, ou, “tire nota dez na prova e eu compro aquele tênis de marca que você tanto quer”.  Esse é o pior caminho.  Uma vez estabelecido valores pecuniários para que o filho vá bem na escola, dificilmente haverá caminho de volta.
Por isso, deixe bem claro que educação não é negociável. Ela é o único caminho para ascensão social e profissional que existe.

Além disso, é muito importante também o apoio emocional dos pais. Sentar e conversar calmamente com o filho, entender o motivo das baixas notas, pegar o caderno de exercícios, ler em voz alta o texto pra ele, tudo isso ajuda muito mais do que um ataque de nervos, de pânico ou arrancar o telefone celular das mãos deles.

Siga os três passos e veja como os resultados aparecem